Inicia-se o Espetáculo:
Foi um jogo que entregou tudo o que se esperava. Clima de final, pressão da magnífica torcida do Boca Juniors e uma La Bombonera na sua versão mais pulsante. Em alguns momentos, parecia que o Leão não teria estrutura para suportar tamanha força da natureza. No entanto, aguerrido, eficiente e letal, o Fortaleza teve a frieza para suportar a pressão, e a estrela do jovem Kervin brilhou, garantindo a classificação.
Antes de mais nada, precisamos pontuar que, para o Boca, só existia um resultado naquela noite: a vitória. Mesmo sem ter um plantel dos mais estrelados de sua brilhante história, não é preciso falar da força deste time copeiro e do impacto da sua torcida. Poucas vezes na história recente vimos um Leão aparentemente acuado. Sim, o Fortaleza sentiu o jogo.
Cada ataque do Boca deixava a impressão de que o gol era apenas uma questão de tempo. Inicialmente desorganizado, o Leão parecia ser presa fácil no alçapão. No entanto, aos poucos, Vojvoda foi fazendo ajustes tão pontuais quanto as pinceladas de um artista. Nosso argentino tinha um plano: suportar o máximo possível e tentar arrefecer a fervura do caldeirão.
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Segundo ato:
Encerrado o primeiro tempo, chegou o momento de o Fortaleza enfim sair das cordas. Porém, logo aos 55 minutos, o Leão sofreu um duro golpe: Cavani, talvez a única estrela desse esquadrão, abriu o placar. Contudo, o gol que parecia definitivo serviu para colocar o Tricolor no jogo.
Sob a batuta de Pochettino, o maestro, o Leão começou a afiar suas garras. As entradas de Marinho, Rossetto e Moisés deram um novo ânimo ao Fortaleza. E o Tricolor trocou o papel de vítima pelo de combatente. Em outras palavras, o jogo, que tinha apenas um protagonista, passou a ter uma disputa frenética.
Como esperado, o qualificado banco Tricolor fez a diferença. Entretanto, aquele que seria a estrela da noite, em um dos maiores jogos da história do futebol cearense, ainda não tinha entrado em campo. Mas ele entrará, e vai decidir!
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Kervin Brilha e acorda o enfim aguerrido Leão!
Aos 74 minutos, Pedro Augusto recebe um cartão que mudaria o destino Tricolor na histórica partida. Com o Boca mais próximo do segundo gol, chegou a hora de uma ousadia por parte de Vojvoda, quase um tudo ou nada. Muito por estar amarelado, o volante sai dando lugar àquele que realmente brilharia, Kervin, o iluminado.
Desse modo, entra em campo o improvável herói Tricolor. Com pouco mais de 15 minutos para jogar e ainda sem entender a importância daquele jogo para a história do Fortaleza, o garoto entrou para brilhar!
Quase irresponsável, como é peculiar dos garotos, o ainda desengonçado Kervin não sabia que faria um dos gols mais lendários da história do Leão. Dessa forma, aos 90 minutos, em um contra-ataque puxado por Marinho, a bola chegou na área inicialmente para Moisés. Porém, estava escrito que a vez era do garoto venezuelano. A vez era de Kervin Andrade!
Aparentemente anestesiado, Kervin chuta para o gol. Para colocar um pouco mais de emoção no momento, como se precisasse, a bola ainda bate na trave e entra. Por alguns minutos, o VAR ainda procurou algo que invalidasse. Porém, estava decretado: o garoto que chegou para fazer parte da base Tricolor e ascendeu aos profissionais como um cometa acabara de protagonizar um dos momentos mais importantes da história dessa instituição.
O gol de Kervin Andrade ecoará na eternidade do futebol Alencarino, e o Fortaleza escreveu mais um magnífico capítulo em sua recente, porém belíssima, caminhada internacional!
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